terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Go away.



E novamente me recorro ao papel e a caneta para retirar todo esse desejo de dentro de mim. Algo maligno me rodeia, cheio de sua beleza amarga, do seu encanto mortal. Vejo somente os olhos, os olhos enfeitiçados de uma pessoa que sofre por não amar de coração e sim conhecer o amor apenas carnal, e nesse amor eu quero me deleitar, me afogar nessa luxuria sem fim, sem limites. Meu coração se recusa em deixar que eu me perca por um caminho tão tortuoso e nele eu me mantenho firme, apenas o meu coração me impede de ir para as profundezas junto deste ser tão horrivelmente belo.
Quando menos percebo, meu corpo está para se entregar a este homem de pensamentos obscuros, de atos inaceitáveis, então eu apenas paro e vejo que ele é o homem que um dia eu amei, que um dia eu me deixei entregar, porque por ele eu caminharia nesse tortuoso deserto, onde só existe sofrimento e escuridão. No entanto o sorriso dele demonstra o que menos quero ver, a verdade escrita em cada som agudo de seu riso, um riso que gelou minha alma, e aqueceu o meu corpo.
Eu lhe ofereci o meu coração e você quis o meu corpo. Minha mente está possuída de você, meu coração já não mais te pertence, mas meu corpo deseja ardentemente lhe ter entre o meu intimo. Quero salvação, quero um homem que me salve desse ser que atormenta minhas noites com gemidos de prazer, me levando calmamente a loucura, fazendo com que os meus lindos sonhos se tornem algo atormentador. Eu vejo... Eu vejo aquele olhar, aquele olhar que me despe sem remorso algum, tirando-me o ultimo raio de sanidade. Aquele olhar que me coloca contra a parede, que me levanta pelo ar exibindo o seu poder e o tamanho de seu desejo.
Eu vejo pelo seu olhar a forma como me deseja, a forma como me queres em sua cama gemendo de prazer, gozando de uma realidade pecaminosa. Eu vejo como quer arrancar cada pedaço de pano que cobra o meu corpo suave, eu vejo como suas mãos agarram o meu corpo sem ter medo de ferir. Arranha-me, morda-me, use-me, tire a inocência do meu coração, sugue o calor do meu intimo para que eu me purifique, mas por favor... Deixe-me em paz.

My life...

He is the one I adore
King of my silent suffocation.